Cemaden comemora 10 anos com início de operação do Radar Meteorológico RMT 0200 em São José dos Campos

Radar desenvolvido pela IACIT passa a fornecer dados ao Cemaden a partir de julho, quando a instituição completa uma década de atividades

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Radar meteorológico RMT 0200, instalado no Cemaden
Radar meteorológico RMT 0200, instalado no Cemaden - Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Rossi Comunicação

O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), unidade de pesquisa do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), com sede em São José dos Campos (SP), completa 10 anos de atividades no próximo dia 1º de julho. Marcando a data, o centro passará a contar com uma tecnologia que vai beneficiar toda a Região Metropolitana do Vale do Paraíba: o Radar Meteorológico RMT 0200, desenvolvido pela IACIT, empresa nacional de soluções tecnológicas. 

A missão do Cemaden é monitorar áreas de riscos e desastres naturais com o objetivo de preservar vidas. Atualmente, o centro monitora mais de 50 mil áreas suscetíveis a deslizamentos, inundações e enxurradas em todo o Brasil, abrangendo uma população de mais de 10 milhões de pessoas, a maioria em situação de vulnerabilidade social. 

Com capacidade para atingir um raio de cobertura de 400 quilômetros, o radar meteorológico da IACIT passa a fornecer ao Cemaden informações precisas sobre eventos meteorológicos severos, que contribuem para o monitoramento do Vale do Paraíba, Litoral Norte e algumas cidades do sul fluminense e mineiro.

“Só com um radar conseguimos prever aquelas tempestades de verão, que são intensas e localizadas. As imagens de satélite, os modelos meteorológicos, podem indicar condições para este tipo de tempestade, mas não quando e onde ela vai ocorrer. Um radar como o da IACIT nos mostra o sistema em formação, e nos permite acompanhar o crescimento e o comportamento dessa massa em tempo real”, disse o diretor da unidade de pesquisa, Osvaldo Luiz Leal de Moraes.

O RMT 0200 é um radar meteorológico banda S de dupla polarização em estado sólido. Ele consegue fornecer, por exemplo, dados sobre a formação das chamadas Cumulonimbus (CB), aquelas nuvens densas que crescem rapidamente e provocam tempestades volumosas. O radar monitora o tamanho das gotas de água e dos cristais de granizo existentes nessas nuvens. Com essas informações, é possível prever o volume, a localização e o momento em que ocorrerá a precipitação.

“A tecnologia do radar da IACIT me surpreendeu, é o que há de mais avançado em termos de radares meteorológicos no mundo”, disse Moraes. 

Os dados gerados pelo RMT 0200, agregados a informações geradas por pluviômetros, estações hidrológicas e geológicas, e outros instrumentos instalados em áreas de risco, permitem que o Cemaden aumente sua capacidade preditiva de desastres e emita alertas antecipados para os municípios atingidos e para a Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil.


O diretor do Cemaden, Osvaldo Moraes, na nova sala de operação que será entregue em julho - Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Rossi Comunicação
 

Rede de radares

A partir de julho, o radar da IACIT passa a integrar uma rede que hoje conta com 37 radares meteorológicos espalhados pelo Brasil, pertencentes a diferentes instituições públicas e privadas. Todos fornecem dados ao Cemaden, colaborando com a prevenção de desastres.

Segundo Moraes, o número de radares é insuficiente para cobertura adequada dos 959 municípios monitorados pela instituição em todo o Brasil. Dos 37 radares utilizados, apenas nove pertencem ao Cemaden. Eles estão instalados em Natal (RN), Petrolina (PE), Salvador (BA), Jaraguari (MS), São Francisco (MG), Maceió (AL), Santa Teresa (ES), Três Marias (MG), e Almenara (MG).

“É importante este tipo de tecnologia desenvolvida pela IACIT. Além de competir com o que há de mais moderno no mercado internacional, está fortalecendo nossa economia e gerando independência e autonomia para o Brasil”, afirmou Moraes.

A parceria entre o Cemaden e a IACIT foi firmada em 2019 por meio de um acordo de cooperação. 

Tragédia no Rio motivou criação do Cemaden

O Cemaden foi criado pelo governo federal em julho de 2011 como resposta ao pior desastre natural registrado no Brasil. Em janeiro daquele ano, sete municípios da região serrana do Rio de Janeiro foram atingidos por chuvas torrenciais, que provocaram inundações e deslizamentos de terra.

A tragédia na serra fluminense matou mais de 900 pessoas e deixou prejuízos financeiros estimados em R$ 4,78 bilhões, de acordo com relatório divulgado pelo Banco Mundial. Até aquele momento, o Brasil não possuía um serviço nacional de monitoramento e alertas de desastres. E foi com o intuito de evitar novas tragédias que o governo federal criou o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais.

Segundo Moraes, ter criado o Cemaden sob a égide da Ciência foi fundamental para que o órgão pudesse se desenvolver e cumprir sua missão.

O diretor aponta ainda três iniciativas primárias que viabilizaram a estruturação do Cemaden como uma referência internacional em gestão de desastres naturais: o mapeamento e classificação de todas as áreas de risco no Brasil; a criação de uma rede observacional (com radares, pluviômetros, e estações hidrológicas e geotécnicas); e a formação de uma equipe multidisciplinar altamente capacitada, que inclui meteorologistas, hidrólogos, pesquisadores de geodinâmica, e cientistas sociais.

“Todos os nossos pesquisadores são doutores formados. Na nossa sala de operação, temos 42 pessoas, metade com título de doutor e as demais, de mestre”, destaca Moraes.
Classificado como unidade de pesquisa desde 2016, hoje o Cemaden, além de promover a capacitação de agentes de Defesa Civil de todo o país, também mantém um programa de pós-graduação em desastres naturais, nível de mestrado e doutorado, em parceria com a Unesp (Universidade Estadual Paulista). 

O radar meteorológico RMT 0200 está instalado em uma área  do Cemaden, ao lado do Parque Tecnológico de São José - Foto: Lucas Lacaz Ruiz/Rossi Comunicação
O radar meteorológico RMT 0200 está instalado em uma área do Cemaden,
ao lado do Parque Tecnológico de São José dos Campos

 

Tecnologia desenvolvida pela IACIT

O RMT 0200 é o primeiro radar meteorológico de dupla polarização em estado sólido desenvolvido e fabricado no Brasil, e foi classificado como PED (Produto Estratégico de Defesa) pelo Ministério da Defesa, em 2019.

O radar da IACIT, desenvolvido com tecnologia própria, conta com sistema de transmissão totalmente em estado sólido (modulador e amplificador), gerando diversos benefícios, entre eles a redução do consumo de energia e menor poluição eletromagnética.

A diretora do departamento de Engenharia, Pesquisa e Desenvolvimento da IACIT, engenheira Fernanda Menezes, acompanhou todas as etapas do projeto, desde a concepção e desenvolvimento, até a fase de verificação e validação.

Fernanda faz questão de ressaltar que o radar é fruto do trabalho de uma equipe competente, que abraça os desafios e se compromete com os resultados, e também dos investimentos feitos pela empresa em inovação tecnológica.

“A IACIT é uma das poucas empresas brasileiras que investe capital próprio em P&D, no desenvolvimento de tecnologia nacional. É uma empresa que valoriza a inovação, seja no desenvolvimento de novos produtos ou nas melhorias de processos. A nossa missão é contribuir com o desenvolvimento da autonomia nacional”, comenta Fernanda.

A engenheira complementa: “Nos sentimos muito orgulhosos por desenvolver este produto de vanguarda, por formar e reter profissionais de alto gabarito e principalmente por desenvolver tecnologia em solo brasileiro”, finaliza.


Mais informações sobre o Radar Meteorológico RMT 0200: https://bit.ly/2Ucw9ub

 

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