Uma homenagem da IACIT ao ITA e a todo o seu corpo docente pelos 72 anos da instituição

O ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), de São José dos Campos, completa 72 anos de criação neste 22 de maio de 2022. A instituição, vinculada ao Comando da Aeronáutica (Comaer), é considerada uma das melhores escolas de engenharia do Brasil, com qualidade de ensino reconhecida internacionalmente.

Com foco no Setor Aeroespacial, o ITA forma profissionais altamente qualificados para setores estratégicos do país, como o aeronáutico, o de defesa e o espacial. Atualmente, o Instituto tem 610 alunos de graduação (cursos de Engenharia Eletrônica, Mecânica-Aeronáutica, Civil-Aeronáutica, Aeroespacial e de Computação), e mais de 1.900 em cursos de pós-graduação.

Por meio do programa DAI (Doutorado Acadêmico Industrial), a IACIT mantém dois bolsistas no curso de Doutorado do ITA. “Nós acreditamos que para desenvolver produtos que contenham inovação tecnológica, a equipe precisa se manter atualizada e próxima dos centros de tecnologia”, disse a engenheira Fernanda Menezes, Diretora do departamento EPDI (Engenharia de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da IACIT.

Os bolsistas beneficiados pelo programa são Rômulo Fernandes da Costa e Diego da Silva de Medeiros. Ambos desenvolvem suas pesquisas na área de Radar Além do Horizonte (HFSW), orientados pelos professores Renato Machado e Osamu Saotome.

Fernanda defendeu a tese do seu mestrado no ITA em 2010, na área de Engenharia Eletrônica e Computação. Para ela, além da qualidade de ensino excelente, a Instituição prepara o engenheiro para enfrentar os diversos desafios da vida profissional. “O aluno do ITA aprende a ser produtivo e atingir seus objetivos sob cenários de pressão e de curto prazo, em diferentes frentes de trabalho simultâneas”, ressalta.

Ela lembra que o professor Osamu Saotome, atualmente professor titular da Divisão de Engenharia Eletrônica, foi um dos que marcaram o seu curso de mestrado.

“Ele foi o primeiro professor com quem eu tive contato no ITA. Ele ministrava, na época, a disciplina de Processamento de Sinais Digitais. Esta foi minha primeira matéria no curso de Mestrado. Lembro com muito carinho dos ensinamentos obtidos em cada aula. O professor Osamu é muito exigente, mas tem uma excelente visão de como preparar o engenheiro para atender as demandas da indústria”, relata Fernanda.

A IACIT conversou com o professor Osamu sobre sua trajetória na Instituição e, por meio desta publicação, presta uma homenagem ao ITA e todo o seu corpo docente.

Fernanda Menezes, Diretora do departamento EPDI (Engenharia de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação) da IACIT.

ITA: oportunidade para todos

 Nascido no Japão, o professor Osamu chegou ao Brasil aos 5 anos de idade. Após passar por algumas cidades do interior paulista, foi na área rural de São Bernardo do Campo SP) que sua família se estabeleceu. Curioso, sempre querendo aprender mais, aos 11 anos de idade mantinha em casa um laboratório de química, que construiu com ajuda de um livro que seu pai havia trazido do Japão.

 “Como toda criança, eu gostava das explosões, então fazia foguetinhos, para vê-los subir o mais alto possível com o material explosivo que eu preparava”, relembra o iteano.

 Quando chegou a idade de escolher a faculdade, professor Osamu pensou em fazer Química, mas por conta das despesas que seriam necessárias para mantê-lo na USP (Universidade de São Paulo), seu pai o aconselhou a ingressar no ITA, em São José dos Campos (SP).

 “O ITA, além de ser uma universidade de excelência em engenharia, oferece oportunidade de ingresso a todos os jovens brasileiros, independente do seu poder aquisitivo ou do município onde mora, em qualquer região do país o jovem tem a chance de participar do vestibular e, se aprovado, não terá nenhuma despesa para estudar”, ressalta o professor.

 Quando ingressou no ITA, ele ainda não sabia qual área da engenharia iria cursar, já que os dois primeiros anos da graduação são básicos para todas as carreiras, e acabou optando por Eletrônica, que era a mais concorrida entre os iteanos.

 Após se formar em 1974, professor Osamu passou por algumas indústrias e chegou a lecionar em Taubaté, até que decidiu fazer Mestrado e Doutorado no Tokyo Institute of Technology (TITech), no Japão. “Foi uma grande experiência. Naquela época, as universidades japonesas já trabalhavam muito próximas das indústrias, diferente das instituições brasileiras”, explica.

 Academia e Indústria: parceria de sucesso

 Logo após retornar ao Brasil, em 1987, professor Osamu passou a trabalhar no ITA, dedicando-se principalmente a promover a aproximação das indústrias com o ITA, para desenvolvimento de pesquisas e projetos na área de Engenharia Eletrônica. Segundo ele, posteriormente muitas parcerias com o setor privado foram viabilizadas e fortalecidas por meio da Fundação Casimiro Montenegro Filho.

 “De 1993 até 2017, elaboramos 108 projetos tecnológicos, relacionados à eletrônica e computação, em conformidade com a Lei da Informática, com foco em hardware e software”, afirma orgulhoso pelo trabalho desenvolvido.

 O professor também destaca a importância de as empresas participarem de programas de incentivo à pesquisa nas universidades. “Iniciativas como a da IACIT, que mantém bolsistas no ITA por meio do Programa DAI, colaboram muito com o avanço nas pesquisas e com a formação dos profissionais”, disse Osamu.

 A IACIT ainda mantém o Programa de Incentivo à Especialização, dando aos seus funcionários a oportunidade de ampliar o conhecimento em suas áreas de atuação.

 Dedicação Integral

Atualmente, aos 71 anos de idade e com pós-doutorado realizado na França, professor Osamu continua ativo no ITA, lecionando e participando de diversas atividades na Divisão de Engenharia Eletrônica.

 A dedicação do professor Osamu Saotome e dos demais docentes do ITA é que fazem desta instituição de ensino uma das melhores do país.