Tecnologias de Vigilância

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Luiz Teixeira - CEO da IACIT

 

Representando uma evolução significativa no campo da segurança e do controle, as tecnologias de vigilância desempenham um papel essencial nas fronteiras brasileiras e, nas últimas décadas, têm se aprimorado constantemente, impulsionadas por avanços nas áreas de análise de dados e sensoriamento remoto.

Levando-se em conta os 16.886 km de fronteiras terrestres, os 7.408 km de costa marítima, um espaço aéreo com 22 milhões de km² sobre terra e mar, uma Zona Econômica Exclusiva (ZEE) com quase 3,6 milhões de km², um território marítimo de extrema importância econômica, ambiental e científica para o País – as tecnologias de vigilância no Brasil têm muita relevância para as fronteiras que apresentam desafios complexos e exigem abordagens inovadoras e eficazes. Para atender às crescentes necessidades do Brasil em suas fronteiras, a colaboração entre a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS), as Forças Singulares, o governo e a academia, torna-se um elemento-chave.

As empresas de tecnologia têm um papel fundamental em pesquisa, desenvolvimento e implementação de soluções inovadoras que fortalecem a capacidade de defesa. Exatamente nesse caso, a BIDS, por meio de iniciativas estratégicas, promove pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação aplicada em áreas de interesse para a defesa e a soberania. Contamos, por exemplo, com o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SisFron), do Exército Brasileiro, e a implementação, pela Marinha do Brasil, do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), que têm emergido como pilares essenciais para garantir a vigilância e a proteção de nosso País, sendo reconhecidos como soluções inovadoras na garantia da segurança e da soberania do Brasil.

E, nesse cenário de soluções inovadoras focado para a vigilância marítima, destaco o Radar OTH 0100 (Over the Horizon), que oferece maior abrangência, com menor custo e maior eficácia para o monitoramento de ZEE se comparado aos sistemas alternativos. Desenvolvido pela IACIT e fabricado no Brasil, o OTH 0100 é o primeiro radar com essas capacidades e já em operação no Farol de Albardão, no Rio Grande do Sul. É um dos poucos existentes em todo o mundo capaz de rastrear embarcações cooperativas e não cooperativas a uma distância de até 200 milhas náuticas da costa. Dentre as suas diversas aplicações, pode ser considerado uma ferramenta-chave para coibir crimes como pirataria, contrabando de produtos, tráfico de drogas e de pessoas, monitoramento de forças hostis, espionagem, crimes ambientais e preservação das riquezas naturais presentes na ZEE.

Por conta da vasta área marítima brasileira, acredito ser essencial o seu monitoramento aliado à vigilância de longo alcance, para permitir a identificação de situações que possam resultar em ameaças ou danos ao patrimônio marítimo e até mesmo à soberania do Brasil.

Ressalto, também, a importância de parcerias entre empresas do setor tecnológico e instituições acadêmicas, em um ambiente propício para o avanço de soluções de vigilância de última geração, ampliando a capacidade das empresas de criar e implementar alta tecnologia, estabelecendo, assim, um ecossistema de defesa robusto e inovador que proteja os interesses nacionais em todas as frentes.

 

Publicado na edição 172 da Revista Tecnologia & Defesa. 


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